Sexualidade


Duas simples bocas podem fazer
maravilhas com duas simples almas.
Das bocas para a m�o que faz carinho,
dos carinhos para o corpo nu, do
corpo para a vontade de virar um s�.
Dor no cora��o.
L�quido que sai como escorreg�o.
Desejo que tudo se acabe logo
se n�o morrerei.
Desejo que tudo dure eternamente
se n�o morrerei.
E quando acaba, desejo de comer doce.
Beber �gua e fazer xixi
Ter um travesseirinho.
Dormir acariciando os c�lios.
Ou ent�o, se poss�vel, ter muitos
filhos.
Se n�o morrerei.

Maria Mariana
Confiss�es de adolescente


Introdu��o

Adolesc�ncia e sexo. Esta �, provavelmente, uma das quest�es mais pol�micas e discutidas relacionadas aos adolescentes. Mas por qu� tanta pol�mica? Ser� que � assim t�o importante e obscura a vida sexual do adolescente? Ou essa pol�mica toda t�m origem nos tabus da nossa sociedade? Seja qual for a resposta, o fato � que � na adolesc�ncia que o jovem come�a a ter contato com a sexualidade, principalmente pelo fato de a a��o hormonal se desenrolar nesta fase da vida: ocorre o amadurecimento do corpo, o abandono das fei��es infantis, a aquisi��o de uma silhueta adulta, enfim.


O Ser Adolescente

Como a adolesc�ncia � a fase do desenvolvimento humano situada entre a inf�ncia e a idade adulta, ocorrem nela transi��es biol�gicas, ps�quicas e sociais. A puberdade � o termo que engloba as transforma��es no corpo do adolescente. �, portanto, na puberdade, que o corpo se modifica biol�gico e fisicamente, e da� modifica-se a forma de ver a vida e de entender as pessoas. Na realidade, adolesc�ncia e puberdade se confundem: a puberdade traduz as mudan�as biol�gicas no corpo do jovem, e a adolesc�ncia poderia ser definida como o conjunto de transforma��es psicol�gicas, f�sicas e sociais. Como pode ser visto, � muito dif�cil discernir adolesc�ncia de puberdade. Entretanto, o que importa, � que se entenda que esta � uma fase marcante para o ser humano, tanto para o homem quanto para a mulher. Tudo o que ocorrer nesta etapa de vida em decorr�ncia das mudan�as no corpo do indiv�duo, mais tarde se refletir�o psicol�gica e socialmente definindo a vida adulta deste. � tamb�m na adolesc�ncia que "pintam os primeiros grilos" na cabe�a das pessoas. Nesta fase da vida, os adolescentes, com sua nova forma de ver o mundo, come�am a olhar para si mesmos e, como que por via de regra, comparar-se com os outros: � a incuba��o dos preceitos b�sicos de nossa sociedade. Veja a seguir duas perguntas feitas por adolescentes, que retratam bem essa preocupa��o com a imagem pr�pria, retiradas do livro Sexo para adolescentes da Marta Suplicy:

Querida Marta,

Eu estou meio sem gra�a de escrever esta carta, porque a minha pergunta pode parecer boba. Mas, para mim, � um problema horr�vel. Todos os meus amigos j� t�m p�los, menos eu.
Porque est� demorando tanto para mim?

Abra�os do Marcos (13 anos e 1 m�s)

Querida Marta,

Eu sofro muito, porque sou baixinha e meus peitos n�o cresceram. Acabo sobrando nas festas e me sinto muito mal. Quanto tempo isto vai durar?
Um beijo da Joana (13 anos exatos)

P.S.: O meu irm�o tem os peitos inchados. � algum problema grave?

Adolesc�ncia

Tal como j� foi definido anteriormente, adolesc�ncia � o intervalo de vida que vai da inf�ncia at� que o indiv�duo se torne adulto. Ela abrange, normalmente, dos dez aos vinte anos, mas isso depende muito de cada pessoa e do meio em que vive. Atualmente, a adolesc�ncia est� sendo esmiu�ada e cada vez mais interessa-se por ela e se descobre seus segredos. No entanto, nem sempre foi assim. At� muito pouco tempo atr�s a adolesc�ncia era uma obscuridade s�. Era uma etapa da vida mistificada, cheia de preconceitos infundados sobre ela. O adolescente n�o era gente... era quase. Muitos dos tabus que os adolescentes e mesmo os adultos de hoje enfrentam, s�o resqu�cios da adolesc�ncia de n�o muito tempo atr�s. O preconceito vem se mantendo, mas � gradualmente eliminado. Como resultado, hoje temos jovens mais informados e cientes de sua condi��o. Temos ainda, uma sociedade que os respeita e os trata como cidad�os, o que, de fato, o s�o.

Tabus

Os tabus de nossa sociedade envolvendo adolescentes s�o diversos. E deles, grande parte est� relacionada com o sexo. Uma infinidade de preconceitos ainda est� bem enraizada em nossa cultura. Existem desde aqueles tabus com um certo fundamento l�gico, at� aqueles altamente infundados, entretanto os mais s�rios s�o aqueles que t�m potencial de mudar a vida da pessoa, tal como sexo precoce ou "a primeira vez", casamento, virgindade, entre outros. Preferencialmente, os tabus deveriam ser abolidos; deveria existir, sim, limites. Todavia desde que estes fossem pr� estabelecidos de acordo com bases cientificas c�ticas, ou seja, desvinculadas de qualquer conceito religioso ou sem fundamento. A verdade � que sempre houve muita especula��o sobre o sexo. E n�o poderia deixar de ser na adolesc�ncia que se aprende bobagens do tipo: existe propor��o entre a altura e o tamanho do p�nis quem come�a a vida sexual mais cedo fica mais sabido ou melhor de cama existe propor��o entre o tamanho do p�nis e da m�o existe propor��o entre o tamanho da vagina e o da boca.

Sexo!

Sexo. Quando a crian�a entra na puberdade e sua vida come�a a mudar, muda com ela a sua mentalidade. O sexo, como medo, tabu, curiosidade, ou seja l� como for, entra na vida dessa pessoa. A partir da� o sexo torna-se um dos grandes objetivos pessoais do, ent�o, adolescente. No entanto, antes desse objetivo ser alcan�ado, tra�a- se, normalmente, um longo caminho. E � por esse motivo que, antes de falar do sexo propriamente dito, abordaremos outros assuntos. Assuntos esses, cronologicamente anteriores ao sexo em si.

Masturba��o

O que � masturba��o? Masturba��o significa tocar ou acariciar intencionalmente os �rg�os genitais com o intuito de provocar prazer. No entanto, masturba��o tamb�m � um tabu. Apesar de a masturba��o acompanhar a vida do ser humano inteira (ela come�a na inf�ncia, cresce na puberdade, diminui na vida adulta e prossegue na velhice), ela � um tabu. A masturba��o � um tabu, na medida em que n�o se fala abertamente sobre ela. Ela tem um car�ter falsamente pecaminoso. � motivo de vergonha, a despeito de ser praticada pela maioria esmagadora ou pela totalidade das pessoas. Para os adolescentes, a id�ia de masturbar-se � preocupante na maior parte das vezes. Principalmente devido � falta de informa��o, os jovens sentem-se culpados ap�s masturbarem-se. Essa culpa � origin�ria do estigma vergonhoso da masturba��o e do medo dos "efeitos colaterais" causados pela pr�tica da mesma, efeitos esses que n�o existem. H� coisa de d�cadas atr�s, ainda na �poca de nossos pais ou av�s, atribu�a-se � masturba��o a responsabilidade pelas espinhas, palidez, disfun��es sexuais e muitas outras bobagens mais. N�o obstante tais efeitos colaterais n�o seriam nada se comparados com o que se pensava at� o in�cio do s�culo XX: a masturba��o � t�o perigosa que pode causar cegueira, surdez, debilidade mental e loucura! � relevante dizer, ainda, que a pr�tica da masturba��o � muito mais comum e aceita entre o homens. Entre as mulheres, o tabu � ainda maior. Apesar de toda a culpa, os meninos, na sua maioria, quando em grupo, procuram tornar a masturba��o algo muito natural. Ela vira um assunto s� deles. Cria-se uma esp�cie de cumplicidade entre eles, que a toda hora contam vantagem por ter feito isso, ou aquilo. � certamente devido ao preconceito, que hoje a masturba��o � um tabu. Entretanto, ao contr�rio do que se pensava, a masturba��o s� tem benef�cios a trazer, pois aqueles que se masturbam, passam a conhecer melhor o pr�prio corpo, logo, ter�o melhores condi��es de sentir prazer durante a pr�tica do ato sexual. Vale a pena ler algumas opini�es de adolescentes estudantes de um col�gio liberal de zona sul extra�das do livro de L�cia Rito, Adolesc�ncia um lance que rola:

Menstrua��o

A partir de uma determinada idade que varia de mulher para mulher, come�a a menstrua��o. Essa idade varia dos 9 aos 16 anos. Quando chega a primeira menstrua��o, � sinal que a mulher j� tem os �rg�os reprodutores amadurecidos... portanto j� pode ter filhos. A menstrua��o, na realidade, ocorre devido � prepara��o pela qual o organismo feminino passa para engravidar: para esperar que o �vulo seja fecundado, a mucosa que reveste o �tero (denominada endom�trio) vai engrossando. Quando n�o acontece a fecunda��o, a mucosa fica sem fun��o e, por conseguinte, se desfaz, saindo do organismo sob forma de sangue. A mulher menstrua. A menstrua��o s�o duas faces de uma mesma moeda. Por um lado, as garotas querem ficar menstruadas logo, pois isso significa que o organismo j� est� amadurecido, que j� � poss�vel engravidar, que j� se � uma "mocinha". Por outro lado, come�ar a menstruar traz o medo da responsabilidade. As garotas pensam que v�o deixar de ser crian�as, que n�o v�o mais poder brincar normalmente, fazer isso ou aquilo. Como se n�o bastasse essa �nsia por come�ar ou n�o a menstruar, a cabe�a das garotas � confundida se uma amiga j� menstrua e ela n�o. � bem verdade que poucas meninas v�o menstruar aos 9 anos, mas a maioria j� ter� menstruado antes dos 16 anos. V�-se que existe um longo per�odo de 8 anos entre os 9 e os 16 anos. � por esse motivo que uma menina pode menstruar aos 12 anos e uma amiga sua, somente 3 anos depois. Num caso desses, n�o h� nada de errado com nenhuma das garotas, pelo contr�rio, seus organismos s� est�o obedecendo ao seu ritmo normal de mudan�as. Em contrapartida uma menina que n�o tiver menstruado nenhuma vez at� os 16 anos, dever� procurar um m�dico ginecologista, pois poder� estar ocorrendo alguma disfun��o no organismo. � comum, na adolesc�ncia, que a menstrua��o atrase ou adiante. At� aproximadamente aos 18 anos, o ciclo menstrual ainda n�o se regulou. Isso acontece porque a menstrua��o depende de horm�nios que s�o produzidos no ov�rio, na hip�fise e no hipot�lamo. At� que eles entrem num mesmo ritmo, leva tempo. Mais uma vez, por causa do organismo de cada um, que uma menina pode ter o ciclo menstrual regularizado, enquanto outra n�o. Al�m disso, o nervosismo, a ansiedade ou outras emo��es fortes podem desregularizar mais ainda a menstrua��o. � verdade, ainda, que a menstrua��o t�m o estigma de ser altamente inc�moda. Durante a menstrua��o, que pode levar de dois a oito dias, a mulher pode se sentir desanimada, triste, nervosa, l�nguida ou mesmo sentir as famosas c�licas menstruais. Isso se d� por causa do aumento da quantidade de horm�nios no corpo que ocorre durante o per�odo menstrual. Os horm�nios mexem muito com as emo��es, modificando o estado de humor da mulher menstruada. No caso especial das c�licas, a respons�vel por elas � uma subst�ncia que contrai o �tero para expulsar o sangue menstrual... as c�licas s�o em decorr�ncia dessa contra��o. Como se n�o bastasse algumas mulheres reagem de outras formas. Acontece, por exemplo, a apari��o de espinhas no rosto, os seios ficam doloridos, entre outros. Tais fatores tamb�m se d�o devido ao aumento de horm�nios que entram na corrente sang��nea durante a menstrua��o, horm�nios estes, que j� se encontram em n�mero elevado na adolesc�ncia. N�o pense por�m, que a menstrua��o s�o s� males. Ela � necess�ria e ben�fica para o funcionamento do organismo... menstruar � um sinal de sa�de. Na adolesc�ncia, por�m, como qualquer outra mudan�a, ela confunde demasiadamente a cabe�a das garotas, que raramente t�m informa��es suficientes para lidarem com a novidade sozinhas.

Virgindade

Primeiramente, o que � virgindade? Quem sabe. A princ�pio virgindade era um tabu, nada mais que um tabu que pregava que a mulher deveria se entregar imaculada ao marido, ou seja, casar sem nunca ter tido algum tipo de rela��o sexual. De uns tempos pra c�, a virgindade continua sendo um tabu. A mulher � virgem enquanto nunca tiver tido um relacionamento sexual. Entretanto, hoje em dia, para permanecer virgem, a mulher procura formas alternativas de sexo, tal como o sexo anal e o oral. Mas n�o s�o o sexo anal e o oral tipos de relacionamento sexual? Sim. Percebemos, ent�o, que a virgem, hoje, � aquela que mant�m o h�men imaculado, intacto, inteiro. Esquece-se, no entanto, que existem outras formas de se romper o h�men que n�o o sexo. Como exemplo, sabemos que certos tipos de h�men podem se romper com o uso de absorventes internos. E ainda, � poss�vel que o h�men n�o se rompa durante uma rela��o sexual em que haja, de fato, penetra��o. Quer dizer que nesses casos, a mulher deixa de ser ou continua sendo virgem, respectivamente? N�o mesmo! Conceito de virgindade � quase que subjetivo. Virgem deveriam ser aquelas pessoas, mulheres ou homens que nunca, nunca tiveram qualquer tipo de relacionamento sexual �ntimo com outra pessoa. Mesmo assim caberia ao bom senso discernir o que � um relacionamento sexual �ntimo, para que n�o se pense que "amassos" ou mesmo que a masturba��o m�tua tiram a virgindade. Esperemos que este conceito de virgindade caia em desuso, pois ele n�o passa de um r�tulo que s� serve para confundir ainda mais a cabe�a dos adolescentes. As d�vidas deles quanto a esse assunto n�o poderiam deixar de existir. Veja algumas delas. Absorvente interno tira a virgindade? � poss�vel ter uma doen�a sexualmente transmiss�vel, mesmo sendo virgem? Se, durante o primeiro relacionamento sexual, uma mulher n�o sentir dor ela continua sendo virgem?

A Primeira Vez

Bem, talvez o conceito de virgindade sirva para alguma coisa. Ele define quando ser� ou foi sua primeira vez: se voc� �, ou se considera virgem (dependendo do que voc� entende por virgindade), ser� f�cil saber que assim que voc� se relacionar sexualmente, ser� sua primeira vez. Da mesma forma ocorre, se voc� foi, ou se considerava virgem. Acontece que n�o � t�o simples assim (afinal, estamos falando da adolesc�ncia. Lembra-se?). A primeira vez � um conceito que vira �nsia assim que se entra na adolesc�ncia. O sexo torna-se quase que uma expectativa de vida e a vis�o da primeira vez �, invariavelmente, mistificada. � claro que a primeira vez � encarada diferentemente por homens e por mulheres. Da mesma forma que cada homem e cada mulher, em particular, t�m sua pr�pria vis�o. Para as mulheres, de maneira geral, a primeira vez � visualizada atrav�s de uma lente rom�ntica e fant�stica. J� para os homens, a lente � er�tica e machista. Al�m disso, normalmente, a mulher tem mais medo da primeira vez do que o homem. Ela precisa de um tempo maior para se preparar psicologicamente. J� os homens, em sua maioria, anseia com mais intensidade a hora de fazer sexo pela primeira vez. A despeito de ser altamente mistificada, e at� mesmo por esse motivo, transar pela primeira vez � um momento important�ssimo como qualquer momento �nico e irrevers�vel. Transar pela primeira vez � mexer com as sensa��es, com os sentimentos, com os tabus. � jogar fora o r�tulo de virgem, � o marco do in�cio da vida sexual. � um momento de grande expectativa, onde tudo o que se imaginava sobre a primeira vez vai se confirmar e se realizar... Ou ent�o vai tudo por �gua abaixo, e se v� que n�o era nada daquilo que se imaginava. Nos dois textos a seguir, temos os depoimentos de Maria Mariana, autora do livro Confiss�es de adolescente e do marido Edmardo Galli, extra�do do livro que eles fizeram em conjunto, de nome Cara metade:

Maria Mariana

Sexo, para mim, antes de praticar, significava puro sonho. Lembro das minhas fantasias: Eu me imaginava dan�ando, linda, com um vestido bem transparente, e ele assistindo de longe, apaixonado! Sensualmente, eu ia tirando pe�a por pe�a de roupa. O cen�rio tinha luar, lareira, velas e muito vinho. A trilha era baseada em algum filme de amor que eu tivesse visto na �poca. Ele ent�o se aproximava e dizia: Eu te amo, voc� � a mulher mais linda do mundo! Eu fazia um charme e n�o respondia. Depois, dan��vamos nus e nos toc�vamos muito lentamente. Cada toque era uma bomba at�mica no meu corpo. Quando chegava a parte do sexo em si, eu morria de vergonha e medo s� de imaginar. Ent&atide;o cortava essa cena e pulava correndo para o final. _N�s comendo morangos, ele dizendo que tinha sido a melhor noite de sua vida. Depois de um beijo caloroso, me pedia em casamento e eu logo vislumbrava nossos filhos, lindos e pequeninos, correndo para nos abra�ar.

Edmardo Galli

A verdade � que as meninas s�o definitivamente rom�nticas. Sonham com o pr�ncipe encantado chegando num cavalo branco etc. Qualquer coisa mais sexual as deixa assustadas. At� a� tudo bem, � lindo que elas sejam assim, mesmo que exageradamente. Nenhum problema, se isso n�o tivesse me atrapalhado tanto numa �poca da minha vida. No meu primeiro namoro, foi uma complica��o. Eu estava muito interessado em transar. Para dizer a verdade, eu estava desesperado para transar! O tes�o n�o sa�a da minha cabe�a! Eu nunca tinha feito sexo e n�o podia esperar mais. Definitivamente, n�o podia esperar mais! Mas tive que esperar, ela era virgem e estava indecisa. Ah, como a gente brigava por esse motivo. Voc�s conhecem bem isso, n�o �?: a tal famosa fase de conflito no namoro. O menino sempre decide transar antes da menina, e ent�o pinta o problema: a menina quer esperar e o menino, n�o. Que coisa dif�cil! Bom, l� estava eu namorando. Era um namoro s� de beijos e amassos. Era muito gostoso, n�o posso dizer que n�o, mas em termos pr�tico n�o resolvia o meu impasse sexual. Era um desespero, e eu s� via duas sa�das: transar com prostitutas ou resolver o problema com uma cole��o de revistas Playboy

Mulher � um bicho muito bobo!
Tanta imagina��o para nada! Na verdade, a minha primeira transa foi muito diferente disso. Perder a virgindade era para mim uma coisa t�o complicada, mas t�o complicada, que foi mais f�cil com uma pessoa que eu n�o amava de verdade. Maluquice, n�? Hoje em dia me arrependo, teria feito tudo diferente se pudesse voltar no tempo.
Para mim existe uma lei (que respeito muito, porque sei que � atrav�s dela que consigo ser uma pessoa feliz e equilibrada): manter sempre um contato profundo com as minhas verdadeiras emo��es e suas raz�es! N�o importa que atitude eu tome, se ela � coerente com a minha emo��o, est� certa!
Na adolesc�ncia eu n�o sabia disso, e ent�o n�o me preservava, n�o me respeitava, n�o lutava para realizar as fantasia da minha imagina��o.
Tudo acontecia na velocidade da luz: ficar menstruada, amar pela primeira vez, dar o primeiro beijo, perder a virgindade etc.. Eu imaginava que iria poder viver muitas outras vezes esses momentos na vida. Estava certa de que nada disso tinha muita import�ncia. S� quando a gente amadurece � que aprende que cada momento na vida � �nico e insubstitu�vel. Que deve-se viver com liberdade cada minuto, sugar toda a ess�ncia da vida.
Galli foi realmente o meu primeiro amor. O que sinto por ele nunca tinha sentido antes, e � isto o que eu chamo de amor. � claro que transar com ele pela primeira vez foi como perder a virgindade. Por�m eu jamais passarei outra vez por aquele primeiro encontro com o sexo, assim como jamais vou transar com o Galli.
Fazer sexo com profissional era uma coisa que me assustava. Fora o problema da AIDS, que na �poca era menor, mas j� dava medo, todo mundo dizia que elas eram grosseiras, faziam tudo mecanicamente e queriam que voc� acabasse logo. Com toda certeza seria muito traumatizante para a minha primeira vez. Conclus�o: fui obrigado a conviver com as revistas durante muito tempo. E minha parceria com a Playboy foi o que me ajudou a ag�entar a barra at� ela se decidir.
O pior de tudo � que esse impasse n�o tem solu��o. A palavra chave � paci�ncia. Da mesma forma que a gente tem que ter paci�ncia enquanto voc�s, meninas, se decidem, voc�s tamb�m t�m que ter paci�ncia conosco. N�s somos, nessa fase, literalmente controlados pelo tes�o. N�o transar com a pr�pria namorada � uma frustrante e dolorosa ducha de �gua fria na nossa determina��o sexual. Tenham paci�ncia conosco, por favor.
Hoje eu estou casado e n�o enfrento mais esses problemas, mas at� hoje sinto saudades. Ahhh, minha querida Carla Camurati, minha linda Mait� Proen�a, minha Vera Fisher, Luiza Brunet, Vanusa Sppindler, Cristiana Oliveira.

Influ�ncias na Vida Sexual

A vida sexual de um adolescente e a maneira como ele v� o sexo, s�o influenciadas diretamente pelo que seus pais acham do assunto. A despeito de o sexo se constituir em um tabu, onde se cria uma barreira entre o di�logo aberto de pais e filhos, os jovens s�o, invariavelmente, influenciados por seus pais e familiares com quem t�m um contato maior. Os adolescentes tamb�m s�o influenciados pelos colegas mais pr�ximos, entretanto esses colegas tamb�m sofrem a influ�ncia dos pais. V�-se, ent�o que os pais s�o agentes ativos na forma��o sexual de um adolescente (assim como o s�o em todas as outras �reas). O fato, � que � a� que mora um grande problema. A maioria dos pais acha dif�cil falar de sexo com os filhos. Outros mostram-se ignorantes na �rea da educa��o sexual, e esses, raramente, procuram se informar sobre o assunto. Em todo o caso, os pais podem passar informa��es incorretas ou deturpadas aos filhos, ou ainda preconceituosas. Ademais, os pais sempre querem o melhor para os filhos. Entretanto, cabe a cada um deles julgar o que � melhor para seu filho. Um julgamento errado pode ser ainda mais desastroso. Conclus�o: a cabe�a dos adolescentes fica cada vez mais confusa.

Finalmente Sexo!

Agora, dispondo de mais informa��es acerca de como o adolescente encara o sexo antes de realiz�-lo, podemos falar mais sobre a rela��o existente entre o adolescente e a pr�tica do sexo. J� abordamos a import�ncia da primeira vez para o adolescente. Ela � como que um marco entre duas fases da vida. N�o � via de regra que algu�m perca a virgindade na adolesc�ncia, mas � o que normalmente ocorre. Pesquisas mostram que a maioria dos adolescentes tem sua primeira rela��o sexual at� os dezesseis anos. Ao fazer sexo pela primeira vez, o adolescente, mesmo que inconscientemente, passa para o "lado" dos que j� fizeram sexo. � sabido que uma das caracter�sticas mais marcantes do adolescente, e n�o s� dele como do ser humano em geral, � o fato deles andarem em bando. Grupos com caracter�sticas ou objetivos comuns, e grupos esses que discriminam quem n�o faz parte dele. O ter feito, ou n�o, sexo � uma linha divis�ria de tais grupos. Veja este depoimento extra�do da revista Capricho (n�mero 11 - novembro de 1994): Quanto � vida sexual ativa de um adolescente, ela, assim como a de um adulto, implica em muitas responsabilidades. No caso dos adolescentes, o que acontece � que, pelo fato de o sexo ser uma experi�ncia relativamente nova, eles n�o sabem como agir em grande parte das situa��es. Logo, tais responsabilidades nem sempre s�o satisfeitas, gerando problemas imprevistos como a gravidez e doen�as sexualmente transmiss�veis. N�o pode se esquecer, tamb�m, que o adolescente � t�o, ou mais suscet�vel � problemas relacionados ao desempenho sexual, como a frigidez ou a impot�ncia, quanto qualquer outra pessoa. Mas num adolescente, que est� passando pela fase de auto afirma��o, tais problemas tem repercuss�es psicol�gicas ser�ssimas... v�-se a fragilidade do adolescente em rela��o � novidade ou a coisas desabituais.

Escolhas Sexuais - Homossexualidade:

As escolhas sexuais de cada um variam muito, n�o obstante, daremos um enfoque maior � homossexualidade. A adolesc�ncia � uma fase onde tudo gira em torna da auto afirma��o. O garoto ou a garota deixaram de ser crian�as e come�am a construir e desenvolver suas pr�prias id�ias, enquanto se acostumam com sua nova forma de ver o mundo. � a�, provavelmente, que se define as escolhas sexuais de cada um, ainda que se possa ter como base experi�ncias, ou viv�ncias passadas. N�o se sabe ao certo porque algu�m opta pela homossexualidade: o homossexual, biologicamente, n�o se difere em nada do heterossexual, e s�o pessoas como qualquer outra. O adolescente homossexual, n�o opta pela homossexualidade de um dia para o outro. Antes de se interessar pelo sexo, ele n�o era homossexual, tampouco era heterossexual, porque n�o havia como classific�-lo quanto �s escolhas sexuais. Entretanto, durante sua vida, algo ocorreu que fez com que ele optasse pelo homossexualismo, da mesma maneira que algo faz outra pessoa optar pelo heterossexualismo. Mesmo assim, esse adolescente n�o se tornou um homossexual a partir desse momento, afinal, a nossa sociedade reprime com todas as for�as a homossexualidade: esse adolescente n�o ia querer se sentir exclu�do. Com o tempo, ou o homossexualismo ser� reprimido (e a� tal adolescente pode se tornar um heterossexual infeliz), ou ser� assumido, prevalecendo sua op��o sexual.

Gravidez na Adolesc�ncia

Dentre os "efeitos colaterais" freq�entes no exerc�cio da sexualidade, a gesta��o indesejada � dos mais tem�veis. A gesta��o na adolesc�ncia traz um cortejo de conseq��ncias biol�gicas, psicol�gicas e sociais, sendo que dentre elas, as biol�gicas s�o as menos relevantes. De fato, uma vez instalada a gesta��o, quatro s�o as sa�das visualizadas pelas gestantes, cada uma com uma s�rie de contras e �nfimos pr�s. A primeira delas � o casamento de conveni�ncia, depois o aborto. Em terceiro lugar ser m�e solteira, e por �ltimo, o abandono da crian�a ap�s esta ter nascido. Os riscos do abortamento s�o muito elevados, al�m de ser ilegal em nosso pa�s. N�o nos cabe tecer considera��es sobre a liceidade e oportunidade de legaliza��o da interrup��o da gesta��o involunt�ria. Basta dizer que o abortamento representa o mais alto fator de risco associado � gesta��o, al�m de deixar seq�elas psicol�gicas como o sentimento de culpa e futuras disfun��es sexuais. O casamento por conveni�ncia � tampouco uma boa op��o, pois representa uma s�rie de encargos, obriga��es e responsabilidades para os quais os jovens n�o est�o preparados. Como esperar que casais de adolescentes tenham maturidade e seguran�a para encarar um tipo de relacionamento que casais mais maduros e estruturados muitas vezes n�o conseguem? Se nem aborta, nem se casa, a adolescente ser� m�e solteira, arcando com todo o peso psicol�gico e social que isso representa em nossa sociedade. Ou ent�o abandona o filho... mas isso � um ato hediondo demais e com um peso social ainda mais grave. Seja qual for o caso, ter o filho e optar por ficar com ele, implica na mudan�a de vida. Faz a adolescente pular etapas, abandonar sonhos, algumas vezes deixar a escola, desistir da faculdade e de atividades que gosta de fazer, etc.

M�todos Anticoncepcionais

Se a adolescente n�o quer ser m�e, o melhor que se tem a fazer � prevenir a contracep��o da crian�a. Atualmente existem diversos m�todos anticoncepcionais eficientes. Basta apenas que sejam usados devidamente. Dentre eles, temos os m�todos hormonais (p�lulas), os m�todos de barreira (como a camisinha ou o diafragma), os m�todos cir�rgicos (os que promovem a anticoncep��o definitiva como a vasectomia ou a laqueadura), o DIU (Dispositivo Intra-uterino) e m�todos improvisados, tal como a interrup��o do coito e a abstin�ncia peri�dica. N�o interessa, neste momento, discursar sobre o funcionamento dos m�todos contraceptivos, mas sim lembrar que � importante que os adolescentes se previnam contra uma responsabilidade maior, que possa vir a ocorrer.

Doen�as Sexualmente Transmiss�veis

As doen�as sexualmente transmiss�veis (DST), s�o outra preocupa��o para qual os jovens devem estar atentos. A preven��o ainda � a melhor alternativa para evit�-las. Existem v�rias delas, como a S�filis, a Gonorr�ia, a Herpes, a Uretrite, entre outras, mas a que damos maior relev�ncia na atualidade, � a AIDS (sigla para s�ndrome da imunodefici�ncia adquirida). A AIDS � uma doen�a sexualmente transmiss�vel como qualquer outra, e que como a Herpes, n�o tem cura. A AIDS, sozinha, n�o mata, mas ela deixa o organismo t�o vulner�vel a outras doen�as que, devido a essas outras doen�as, o aid�tico morre. A AIDS � uma doen�a peculiar, ela pode estar num organismo de forma inativa: a pessoa continua vivendo normalmente e pode nem notar que tem AIDS. Somente se estiver ativa que ela causa a vulnerabilidade do organismo. Mas n�o � por isso que a AIDS interessa tanto, existem doen�as mais graves que ela, mas n�o t�o comuns e t�o estigmatizada ao mesmo tempo. A AIDS, at� pouco tempo atr�s e hoje, com muito menos intensidade, era considerada uma doen�a exclusiva de homossexuais (eles faziam parte do principal grupo de risco). O aid�tico, ent�o, passou a ser difamado. O preconceito contra os portadores da AIDS tornou-se muito grande, e hoje em dia, n�o existe mais grupos de risco, qualquer um pode pegar AIDS se n�o se cuidar... inclusive adolescentes. O perigo est� exatamente a�. Os adolescentes s�o, em sua maioria, os mais irrespons�veis quanto a pr�tica do sexo. E isso ocorre mesmo, � por falta de informa��o e conhecimento, talvez agravados pela �nsia dos jovens de conhecer, ou fazer o sexo. O resultado disso, � que hoje, cada vez mais adolescentes contraem o v�rus da AIDS... para preveni-la, nada melhor que o uso da camisinha. Fica um alerta: Usar camisinha. Aquele que usa n�o est� fazendo um favor para ningu�m, que n�o para si mesmo!


Relacionamentos

Amor

O amor s� vem despontar mesmo, na adolesc�ncia. � nesta fase da vida que se associa o amor puro e rom�ntico, que j� se sentia desde a inf�ncia, com o desejo carnal. Al�m do que, assim como tudo na adolesc�ncia, o amor tamb�m � exagerado. Na adolesc�ncia morre-se de amor, apaixona-se, fica-se cego, surdo e mudo por este sentimento. Al�m disso que mais podemos falar sobre o amor, este sentimento t�o subjetivo e pessoal... quem somos n�s!

Namorar ou Ficar:

Este assunto, atualmente, est� dando o que falar. Namorar, ou ficar com? Namorar todos j� sabemos o que �. Mas e o ficar com? Ficar com � exatamente isso: voc� conhece algu�m e, num relacionamento mais ef�mero, imposs�vel, passa um tempo com esta pessoa... depois, n�o precisa nem se ver de novo. O ficar com est� escandalizando : ‘� o c�mulo do liberalismo’, dizem alguns. Outros v�o al�m, e dizem que � a banaliza��o do pr�prio corpo ou mesmo uma repress�o � sexualidade! Os jovens de atualmente, ficam com com uma naturalidade espantosa. N�o ficar com, para eles, � o que n�o � normal numa festa, por exemplo. O problema em ficar com �, para alguns psic�logos, que o liberalismo que ele traz consigo, acaba sendo falso, na medida que � imposto aos adolescentes pelo grupo, que ele fique com o maior n�mero de pessoas poss�vel. Com isso, certas pessoas que n�o se acham preparadas, ou mesmo n�o gostam da id�ia de ficar com, acabam sendo exclu�das do grupo, ou for�adas a ficar com algu�m. Os adolescentes se defendem, dizendo que uma das vantagens do ficar com, � que dessa maneira eles resolvem o medo de se machucar, de se envolver com uma pessoa e n�o ser correspondido. Mas ser� que � verdade que assim n�o se machuca. A partir da "era do ficar com", os adolescentes se dissociaram em mais dois grandes grupos. Aquele dos que preferem ficar, e a dos que preferem namorar. Quem prefere namorar � mais intolerante do que quem tem prefer�ncia por ficar. Por isso quem fica muito ganha o t�tulo de galinha, no caso das mulheres, ou de garanh�o para os homens (e a� v�-se o machismo da nossa sociedade). Ent�o o fato de n�o se machucar � relativo, pois a moeda tem duas faces. Bem, a pergunta est� no ar. Para aqueles que preferirem ficar com e se sentirem bem fazendo isso, que fiquem. Para aqueles que preferirem namorar... estejam a vontade.

Casamento

Os casamentos durante a adolesc�ncia est�o ficando a cada dia mais comuns. Assim como os div�rcios. J� foi dito que os adolescentes s�o muito impulsivos. No entanto, se esses casamentos s�o frutos da impulsividade ou do amor verdadeiro e ciente, n�o nos cabe avaliar. O fato � que, se existe disposi��o, vontade e coragem, que casem os jovens... e que se espere que saiba o que est�o fazendo. Afinal, que se h� de fazer.

Adolesc�ncia & Sexo... e Pais!

�, n�o dava para fugir desse assunto. Vamos ver o que os pais dos adolescentes acham sobre a adolesc�ncia e a precocidade do sexo atuais, e como eles se relacionam com os filhos... esses tais de aborrescentes. Os pais de hoje, foram os adolescentes super-hiper liberais dos anos 60. Quem diria que viraram t�o conservadores! De fato, a adolesc�ncia e os adolescentes mudam mais do que qualquer outra coisa: o "barato" de ontem, hoje � "caidasso". V�-se que ainda h� muita resist�ncia na aboli��o total dos preconceitos e tabus sobre o sexo, ainda mais com o surgimento de agravantes, como a AIDS. Todavia, as m�es e os pais de hoje j� est�o bem mais liberais do que eram as m�es e os pais deles. Se as coisas continuarem se encaminhando do jeito que est�o, logo teremos pais t�o, ou mais liberais que os pr�prios adolescentes (com o perd�o do exagero!).


Grandes Problemas Sociais

Abusos Sexuais

S�o in�meros os casos de abusos sexuais envolvendo adolescentes, e na grande maioria das vezes, eles envolvem mulheres. O abuso sexual � um problema social ser�ssimo e que � mais comum do que se pensa. E o que � pior, em 90% dos casos de abuso, o agressor n�o � um estranho � v�tima. Abusar sexualmente de algu�m, � um comportamento hediondo, e que, normalmente, vem acompanhado de agentes como o �lcool, drogas, promiscuidade e pervers�es sexuais.

Prostitui��o

Tamb�m � crescente o n�meros de adolescentes que se prostituem, no Brasil. A prostitui��o atualmente � maior do que muita gente pensa. Trata-se de um fato lament�vel que atinge as camadas mais necessitadas da popula��o, onde devido a falta de oportunidades no mercado de trabalho, prostituem-se garotas, e at� rapazes menores de idade para ajudar no or�amento familiar. Igualmente como prostituem-se cada vez mais adolescentes no pa�s, tamb�m aumenta a quantidade de garotas mandadas clandestinamente para fora do Brasil, para se prostitu�rem em outros pa�ses.